E começam as promessas, as enrolações e as idiotices. Deus nos acuda!

Recente notícia publicada no Jornal da Comunidade com o título “Segurança em pauta – Candidatos ao Palácio do Buriti apresentam plano de governo para a área de segurança no DF.”, dá uma ideia do que vem por aí na área de segurança.”, nos dá uma ideia do que vem por aí em termos de planos e programas para a segurança pública do DF.

bla-bla-bla-3Lendo a notícia, o que me preocupa e me enoja no processo eleitoral em curso no DF além, é óbvio, da história de cada candidato e das propostas (pelo menos na reportagem em análise) “embromativas” que não querem dizer nada e não levam a lugar nenhum – palavras e promessas bonitas sem qualquer sentido prático – é ler coisas como as que o imbecil do candidato do PSOL vem dizendo, de acordo com a citada reportagem.

A fala do candidato do PSOL dá uma clara ideia não só do grau de idiotice de um candidato que, no mínimo, desconhece quais são suas possibilidades e limitações como governador, como desrespeita os policiais em geral e em especial os policiais militares (oficiais e praças) quando diz que necessário introduzir “disciplinas de direitos humanos e  cidadania, e de direito constitucional”. De que planeta é esse indivíduo? Ah! Do planeta comunista! Só podia ser! Já que desconhece (ou faz que não conhece) de modo cabal o que está acontecendo ao seu redor, como fazem questão de esquecer, os comunistas, o que fizeram à humanidade ao longo da história. Dizer da necessidade de introduzir tais disciplinas no currículo de formação de oficiais e praças das polícias militares é desconhecer, desrespeitosamente, o trabalho que as escolas policiais vêm fazendo desde o final dos anos 90; é desconhecer que as policias militares têm estado, apesar da complexidade e multidisciplinaridade da questão da segurança pública, na vanguarda das ações comunitárias em prol de uma melhor segurança; é desconhecer, desrespeitosamente, que tais disciplinas, ao final dos anos 90, foram inseridas, de forma massiva em todos os currículos das escolas de polícia militar, dando uma demonstração do esforço das instituições policiais militares em romper os paradigmas até então vigentes. E um imbecil desses ainda quer meu voto. É muita desfaçatez. É um cara-de-pau, leviano e irresponsável.

A mudança desse quadro de violência que envolve as polícias e, consequentemente, leva a casos de violação de direitos humanos, não se assenta numa medida simplista como essa proposta pelo candidato do PSOL. Mais que isso, é preciso reconhecer que vivemos numa sociedade violenta. Matamos mais de 50.000 brasileiros anualmente. Quantos desses são mortos pelas polícias brasileiras? O Relatório da Anistia Internacional de 2009, por exemplo, afirma que só nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, de 2003 a 2008, morreram cerca de 11.000 indivíduos em confrontos com as polícias, em particular, com as polícias militares, ou seja, uma média de 1.833 indivíduos por ano. O Mapa da Violência de 2014 dá conta que de 2003 a 2008 houve uma média de 13.000 homicídios por ano nas duas capitais. O número de indivíduos mortos em confrontos com a polícia em ambas as capitais, portanto, alcança algo em torno de 14,1% do total de homicídios. É alto? Claro! Altíssimo, inaceitável, indigno e todos os demais qualificativos que caibam. Mas e os outros 85,9%? Quem está matando?

Temos que deixar de ser hipócritas – os políticos em especial – já que, muitos deles gestores da coisa pública, são os principais responsáveis pelo estado de coisas que estamos vivendo no Brasil. Quando se fala de impunidade eles são em boa medida, os melhores exemplos.

Não será dando aulas de Direitos Humanos e Direito Constitucional aos policiais que teremos uma sociedade menos violenta. Essa violência, simbólica muitas vezes, começa dentro do próprio Congresso Nacional, quando leis são feitas e desfeitas, para atender grupos de  poder lá estabelecidos ou representados secularmente, sem qualquer remorso em relação às consequências para o povo brasileiro. Creio que os parlamentares brasileiros e, claro, os candidatos, sejam os primeiros a necessitar dessas aulas.

Quando isso mudar e tivermos menos exclusão e mais acesso justo e equânime à educação, saúde, trabalho e renda, é bem possível que essa nossa violenta sociedade comece a mudar e, com ela, a sua polícia. Afinal, ainda não temos uma plantação de policiais crescendo nos quintais das casas dos brasileiros, isentos das mazelas sociais brasileiras. Eles são frutos dessa sociedade que todos nós, para o bem e para o mal, estamos construindo. Não será mudando a polícia que mudaremos a sociedade e, sim, ao contrário.

Portanto, ouvir descalabros da boca de um imbecil como o candidato do PSol, me dá uma sensação enorme de frustração e desesperança ao pensar que para além de tudo de ruim que já temos na política e entre os políticos brasileiros, e o DF não escapa, a coisa ainda pode ficar muito pior.

 

 

Esse post foi publicado em Cidade, Política, Segurança. Bookmark o link permanente.

Deixe um comentário